“Não havendo energia racional deformada, não há micróbio, não havendo micróbio não haverá vida”. Essa era apenas uma das impenetráveis máximas estampadas na capa de Tim Maia Racional Volume 1, gravado em 1974, que circulou em 1975, vendido em shows do cantor, mas também pelos fiéis em sinais de trânsito e outros pontos inusitados.
Era o disco que (junto com o Volume 2) marcava a efêmera, porém intensa, conversão de Tim Maia à seita Racional Superior, do guru Manoel Jacintho, acantonado numa casa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Deveria ser o álbum duplo da estréia do Grão-Mestre do Soul Brasil na “major” RCA, após ruidoso rompimento com a Polydor (hoje Universal), que o lançou para o sucesso em 1970.
Só que a gravadora de matriz americana não quis encampar aquele estranho ideário, que pregava a imunização racional e o posterior resgate pelos discos voadores. Não houve litígio. Um Tim Maia inacreditávelmente careta, de cabelos curtos e sensato, propôs “o cancelamento do contrato e a compra das dez fitas já gravadas com dinheiro dado por Manoel Jacintho”, como relata Nelson Motta na biografia Vale tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia (Editora Objetiva, 2007).
O próprio Tim mandou prensar as cópias que distribuiria e venderia através do pioneiro selo “indie” Seroma (iniciais de Sebastião Rodrigues Maia, seu nome completo).
Só uma entidade sonora capaz de musicar até catálogo telefônico explica que o disco repleto de pregações caóticas se transformaria em “cult”, disputado a tapa nos sebos, trinta anos depois.
Era o disco que (junto com o Volume 2) marcava a efêmera, porém intensa, conversão de Tim Maia à seita Racional Superior, do guru Manoel Jacintho, acantonado numa casa em Belford Roxo, na Baixada Fluminense.
Deveria ser o álbum duplo da estréia do Grão-Mestre do Soul Brasil na “major” RCA, após ruidoso rompimento com a Polydor (hoje Universal), que o lançou para o sucesso em 1970.
Só que a gravadora de matriz americana não quis encampar aquele estranho ideário, que pregava a imunização racional e o posterior resgate pelos discos voadores. Não houve litígio. Um Tim Maia inacreditávelmente careta, de cabelos curtos e sensato, propôs “o cancelamento do contrato e a compra das dez fitas já gravadas com dinheiro dado por Manoel Jacintho”, como relata Nelson Motta na biografia Vale tudo: O Som e a Fúria de Tim Maia (Editora Objetiva, 2007).
O próprio Tim mandou prensar as cópias que distribuiria e venderia através do pioneiro selo “indie” Seroma (iniciais de Sebastião Rodrigues Maia, seu nome completo).
Só uma entidade sonora capaz de musicar até catálogo telefônico explica que o disco repleto de pregações caóticas se transformaria em “cult”, disputado a tapa nos sebos, trinta anos depois.
Em Aquele Frevo Axé (1998), Gal Costa regravou uma das músicas (Que beleza), de refrão irresistível, também entoado pelo Monobloco, em 2002.
Com a voz limpa e mais magro, por conta da alimentação saudável; uma das obrigações dos devotos superiores, Tim dá show de bola nos dois Volumes da Fase Racional.
Com a voz limpa e mais magro, por conta da alimentação saudável; uma das obrigações dos devotos superiores, Tim dá show de bola nos dois Volumes da Fase Racional.
Link: http://lix.in/-41b62a
olá barata... bacana o blog!
ResponderExcluirentão.. li não lembro quando e nem onde (!?!) que à época em que o Tim desacreditou total do lance Racional ele já tinha algumas músicas compostas para um Racional vol III... Vc sabe dessa história? eu, inclusive, baixei 2 possíveis músicas desse disco que não saiu.. os nomes são: Brasil Racional,You gotta be rational... já ouviu?
beijo grande!!!!
sílvia guedes
Oi querida,
ResponderExcluirAcredito que está história do volume três seja na realidade um apelo de marketing... mas as gravações existem, e são da época, se elas seriam ou não um terceiro disco aí já é outro papo, talvez fossem material da gravação dos próprios dois volumes que sairam...
um beijo.
O produtor Dudu Marote foi o pai da criança, leiam o post que saiu no http://www.gardenal.org/trabalhosujo/2008/02/tim_maia_racional_3_1.html
ResponderExcluirTim Maia Racional 3!
Dudu Marote leu o post de ontem e dá sua versão da história...
"Foi com muita surpresa que recebi hoje um email da minha amigona Erika Brandão me perguntando se as cinco tracks totalmente inéditas do Tim Maia Racional que eu tenho vazaram na internet.
Fui no blog Trabalho Sujo e realmente lá estava o link. Baixei o zip: dei de cara com as cinco mixes que fiz. Como passei pra muito poucas pessoas, creio q essas passaram pra muito poucas pessoas tb e assim por diante até alguém postar na net.
A estória começou em 2000 quando eu produzia o primeiro álbum do Afroreggae. Trabalhei muito com o engenheiro de som William Junior. Quando numa gravação William me contou que tinha trabalhado com Tim Maia nos seus discos derradeiros perguntei se ele conhecia os discos da fase Racional. Como ele me respondeu que não, na semana seguinte levei os dois CDs da Phono 73 que eu tinha. Ao ouvir as músicas William teve um estalo e me disse q provavelmente tinha algo assim na casa dele, mas os tapes originais. O pai dele era dono de um estúdio no Rio nos anos 70, que não me lembro o nome. Tim tinha gravado esse material lá, e sem mais nem menos abandonado as gravações e os tapes, e nunca mais tinha ido buscar. E nisso já tinham se passado uns 25 anos!!!
Eu fiquei louco e pedi pra ele trazer esses tapes assim q ele tivesse chance. Eram tapes de oito canais de uma polegada. Mandei tudo pra um forno de tratamento pra que eles ficassem tocáveis e passamos tudo pra Pro Tools. Aí ouvi tudo várias e várias vezes pra constatar: eram cinco músicas totalmente inéditas. Só pra gente mesmo mixei as cinco faixas bem rapidamente com praticamente nenhum tratamento.
Algumas faixas têm até metais, outras só base. Mas todas com certeza somente voz guia. A impressão que tenho é que a única voz q deveria valer é a de "Brasil Racional".
O tape não tinha label nenhum então dei cinco nomes provisórios:
- Escrituração Racional - em dois takes diferentes, visivelmente incompletos. O Tim ia escolher um deles ou até editar partes dos dois, processo que se fazia muito naquela época
- You Gotta Be Rational
- Universo Em Desencanto Disco - esta vale o comentário, totalmente diferente de todas as outras, e pra mim, sendo disco, mostra que esse trabalho foi realizado depois dos álbuns que todos conhecemos.
- Brasil Racional - onde Tim literalmente lê o livro sobre uma base funk
Oferecemos pra algumas gravadoras na época mas nada andou.
Tempos depois, quando soube que os dois discos iam ter um lançamento oficial, ofereci pro selo mas tb não rolou.
Em 2006 o Jamanta Crew tocou com Ed Motta no Skol Beats e graças ao Ed conheci o Paulinho Guitarra, supostamente o guitarrista dessas gravações. O Paulinho não lembrava direito e nem soube dizer muito sobre isso.
No ano passado William Junior me procurou pra me dizer que tinha passado os tapes pra um dos melhores produtores do Rio de Janeiro (na minha opinião), e que juntos eles voltaram a tentar negociar com algum selo.
Esse produtor me disse que achou mais músicas do que as cinco que eu tinha. Mas eu não ouvi nenhuma delas e nem voltei a conversar com nenhum deles sobre o assunto.
Eu tb não toquei mais nas sessões de Pro Tools que tenho guardadas desde 2001.
Agora está na net, está no mundo, é isso. Tim Maia Racional 3 (nome tb totalmente chutado por mim) e vamo q vamo.
Tomara q isso cause bastante, q finalmente algum selo se interesse pela estória toda e faça um lançamento oficial."